sexta-feira, 15 de março de 2013

Tempo de Mudança

(Permitam-me abrir uma brecha no assunto do blog, mas não posso me calar)

O povo, historicamente, acostumou-se a ser comandado. Obrigado, barões, por nos dirigir o caminho. Ave, Cesar. Até Jesus disse: "Dai a Cesar o que é de Cesar", contextualmente respondendo a pergunta que não queria calar no seio dos judeus: é justa a cobrança de impostos por parte do governo de Roma?
Mas hoje é um novo tempo. Precisamos de um povo presente, um povo que não sinta enfado em se inteirar dos assuntos pertinentes a nós mesmos, porque política não é uma cordilheira distante que ficamos a admirar porque alguns poucos corajosos se dispuseram a escalar. Política é parte integrante do nosso dia-a-dia, influenciando inclusive esse dia-a-dia mesmo à nossa revelia.

Uma reforma política se faz necessária e só conseguiremos isso com união, com voz. Como a mulher que cansou de aguentar calada os desmandos de um marido autoritário e violento e, apesar de saber que não será nada cômodo tomar uma atitude, ela diz "basta" e toma as rédeas da sua vida. Estamos a apanhar há séculos, por culpa de nós mesmos, de um sistema que foi criado por uma minoria detentora do conhecimento, da informação, do poder enfim. Do dinheiro, também, mas isso não é tão relevante, apenas ajuda a controlar outros tantos sem caráter como eles, pra que o sistema continue funcionando.

Estamos vivendo um tempo em que esse poder - o do conhecimento e da informação - está ao alcance de todos. Porém, como o cego que não quer ver, ainda insistimos em mudar de canal, em clicar em outros links, em mudar o rumo da conversa. O alto custo dos parlamentares não tem graça na mesa de bar, ainda que você esteja pagando isso na porção de salgadinho que o garçom lhe serve. O sujeito ficha suja que assumiu um determinado cargo eu nem conheço, mas aquele que está pra ser eliminado no reality show da tv eu sei até a personalidade.

Amigos, precisamos mudar nossa mentalidade, sei que o meu desabafo não é nem um pouco acadêmico ou rico em argumentações da poderosa psicologia, mas vem de um coração cansado de perceber que estamos num mesmo barco, responsáveis, ainda que não notemos, pelo movimento desse barco e por aqueles que operam seus controles. Somos, aliás, patrões deles - pagamos os seus salários para que ocupem os cargos necessários ao funcionamento de uma sociedade que quer pagar seus impostos, mas precisa - e merece - que esses recursos sejam utilizados para melhoria e bom andamento da nossa vida nos seus menores detalhes, não apenas para sustentação de uma máquina governamental que distribui altos benefícios a quem não faz nada pra justificar a posição que ocupa.

Espero que os movimentos iniciados em 2013, que começaram com a indignação de muitos com a posse de Genoíno após a condenação no processo do Mensalão, caminhem para uma consciência política duradoura e sustentável, culminando nas eleições de 2014. Acho que é a hora de esquecermos os partidos, que aliás nem pelos próprios candidatos são respeitados e que perderam toda a ideologia que diziam ter no passado. O momento é de escolhermos pessoas, com base em seu histórico e idoneidade, como fazem conosco na hora de tentarmos um emprego novo. Vamos extirpar a corrupção da nossa vida!

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Abraços do Luiz França.